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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Autismo pode retardar habilidade do cérebro de integrar informações


 Quem tem algum contato com crianças autistas, e seu processo educacional, sabe da dificuldade de concentração que normalmente é encontrado no processo de atividades cognitivas (atividades ligadas a funções de inteligencia ou adquirir conhecimento), e o quanto fica mais difícil quando estão presentes uma maior variável de estímulos externos; este, pode ser um dos motivos que dificulta nas escolas "normais", já que as mesmas apresentam uma maior quantidade de alunos, impedindo fisicamente um trabalho diferencial e específico.
Para que vocês entendam porque essa critica em relação as escolas normais, e a educação de crianças autistas, o estudo da reportagem (clique aqui e será encaminha do para a matéria) publicada no dia 02 de setembro de 2010 na revista Scientific American, que utilizou um eletroencefalograma (exame que registra potenciais elétricos do cérebro perante estímulos específicos e em áreas especificas), apresentou resultados onde foi identificado que existe uma demora entre a apresentação de estímulos diferenciados (vídeo/áudio) e sua passagem por impulsos elétricos em áreas determinadas do cérebro em relação a crianças "normais".
Aproveitei o tema do estudo para levá-los a um questionamento da metodologia aplicada nas salas de aulas da maioria das instituições de ensino e o aprendizado diferencial que algumas síndromes podem necessitar. Aguardo comentário e uma discussão sobre o tema.



Atenciosamente Victor Pereira

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Seria possível deter o Autismo?



 Em uma reportagem um pouco antiga, do dia 3 de dezembro de 2008, a revista Scientific American Brasil, publicou uma reportagem onde pesquisadores descobrem um meio de deixar de forma mais lenta possíveis células cerebrais que podem desencadear distúrbios neurológicos.
 Os estudos da neurociência, vem desenvolvendo novas descobertas, e entre elas, esta o reconhecimento de gens e funções dos neurônios, e graças a todo esse trabalho desempenhado, está se identificando as circunstanciais neurológicas para muitos distúrbios e entre eles o autismo.
  O estudo da reportagem, foi verificado que o nosso cérebro procura sempre um equilíbrio entre as atividades exageradas e as mais reduzidas, e a perda desse equilibro pode ocasionar  vários distúrbios, entre eles o autismo.
 Para maior conhecimento, acessem o site: reportagem na integra

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Batalha para reativação

 Apesar de nem todos vocês saberem, a presidente e toda a equipe da AAFS -Associação Autista de Feira de Santana-, vem desde o inicio do ano com uma batalha em busca de novos parceiros e patrocinadores. Em junho de 2010 fomos obrigados a suspender todas as atividades pela falta de verbas para manter o ensino e a socialização as crianças portadoras de autismo e asperg.
  No ultimo dia 17 de agosto de 2010 a senhora Alécia Flavia, presidente da AAFS, acompanhada da senhora Cleyde Pereira, mãe e representante das demais mães de filhos portadores de autismo assistidos por essa associação, estiveram no programa de noticia da Jovem Pan, edição local de Feira de Santana, com o apresentador Renato Ribeiro, onde foi apresentado aos seus ouvintes os trabalhos realizados e as dificuldades enfrentadas pela associação. Segue abaixo a entrevista cedida pela equipe da Jovem Pan.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ressonância cerebral pode identificar autismo, diz estudo

Imagem de uma Ressonância Cerebral

Com fins de divulgar matérias relacionada ao universo autista, encontramos uma reportagem no jornal O Globo destacando a noticia citada no titulo. E como ainda não recebemos autorização para copiar na integra a reportagem, colocarei o link para que todos acessem.

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/08/10/ressonancia-cerebral-pode-identificar-autismo-diz-estudo-917368044.asp

Caso esse procedimento seja confirmado, o diagnostico de autismo ganhará mais uma ferramenta. Mas lembrando que não é uma técnica que apresenta uma falha em 10%, o que coloca ainda todo o trabalho de identificação com base em entrevistas e acompanhamento corporal.
Aguardo comentários sobre a matéria e futura discussões sobre o assunto.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Prefeitura de Feira de Santana parceira da Associação Autista de Feira de Santana


Foi divulgado na pagina on line da prefeitura no dia 09/08/2010 através da resolução numero 12-2010, o apoio financeiro que a prefeitura de Feira de Santana irá investir na educação e socialização de crianças autistas. Mostrando a preocupação social que nosso prefeito Tarcízio Pimenta vem tendo com as pessoas especiais.
Pagina que foi retirada a noticia
http://www.feiradesantana.ba.gov.br/noticia.asp?id=5061

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

REVISTA SOBRE AUTISMO


Olá a todos, hoje recebi um Email com uma noticia ótima para a sociedade; está para sair uma revista própria para o universo autista. Estou na torcida para que se confirme toda essa perspectiva, e desta forma, ganhemos mais força na sociedade, em virtude que atualmente até o atual governador de meu estado (Bahia), vem revogando leis que estejam a beneficiar as instituições que apóiam familias com indivíduos autistas. Mas para não fugir do assunto, segue o texto que recebi via Email.


Brasil terá a primeira revista sobre autismo da América Latina
O Brasil está prestes a ter a primeira revista sobre autismo em toda a América Latina e a única em língua portuguesa no mundo. Neste mês de agosto (2010), será lançada a Revista Autismo e o site RevistaAutismo. com.br com muito material sobre o assunto. Também no Twitter a publicação tem um canal para divulgação e interação (@RevistaAutismo).
A revista será impressa, de circulação nacional e gratuita. Haverá também uma versão eletrônica, online com 100% do conteúdo, além de material extra para ser compartilhado, com acesso irrestrito. O objetivo é levar informação a profissionais e principalmente a pais envolvidos com o autismo, ajudando essencialmente aos que não têm acesso à internet (ou habilidade com a tecnologia), além de democratizar a informação sobre autismo e conscientizar a sociedade sobre essa tão complexa síndrome, que precisa urgente de políticas de saúde pública.
Edição zero
A edição de lançamento (número zero) terá artigos de profissionais de renome, como o neuropediatra José Salomão Schwartzman, o médico Walter Camargos Jr., especialista em Psiquiatria da infância e adolescência, a médica Simone Pires, especialista em Protocolo DAN!, entre muitos outros textos de qualidade.
Para o material extra de cada artigo, a Revista Autismo utiliza a tecnologia de QR Codes (saiba mais aqui), uma espécie de código de integração de mídias, que pode ser lido por celulares com câmera e webcams em computadores, ligando o leitor a um material online complementar e atualizado.
Segundo o editor-chefe da revista, o jornalista Paiva Junior (@PaivaJunior), "o lançamento da publicação, que está com ótimo conteúdo e um design moderno, será um marco para o autismo no Brasil".
Então anote na sua agenda: agosto de 2010 é o mês de lançamento da Revista Autismo, que estará, na íntegra, no site http://revistaautismo.com.br/ para você ler e divulgar.




A Singularidade do atendimento odontológico a pacientes portadores de Síndrome de Autismo


Hoje, um amigo estava conversando comigo, quando surgiu o assunto autismo e por ele está fazendo faculdade de Odontologia, surgiu a conversa: como acompanhar e trabalhar com uma criança autista nessa ara? Ao olhar um pouco pela internet encontrei um site comentando uma noticia sobre o assunto.
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/11463

Com base na leitura do site acima, um grande problema é um possível descaso dos responsáveis durante a primeira fase de seus dentes (dentes de leite), o que faz com que essas crianças só comecem seu tratamento quando estão com algo as incomodando - cárie ou outro problema dentário - e isso na faze de 7 a 14 anos.
Um ponto para se ter o tratamento com criança autista, esta ligado a uma grande atenção ao individuo, carinho e boa vontade em realizar e tentar fazer seu trabalho. Os conceitos prévios (pré-conceito), é uma das barreiras que o profissional nesta área vai ter que vencer como qualquer outro. E com minha vivencia com indivíduos autistas aconselho a um dentista é que o mesmo trabalhe com coerência, e atenção com a criança, criando um vinculo de interação, e verificar o limite que a criança irá colocar e que o proficional também tem que por, fechando acordos, conversando.

segue um vídeo em que mostra um pouco sobre possíveis posturas que se pode tomar.
http://movimentoorgulhoautista.ning.com/video/autismo-e-odontologia

Voltando a ativa.


  Caros amigos, venho me desculpar com vocês por ficar ausente durante todo esse período. devido a problemas pessoais, acabei me desanimando e perdendo o gosto de manter o blog ativo, mas com as boas noticias que venho recebendo, voltou também toda minha visão e felicidade em dividir com vocês as descobertas do universo autista.
Atenciosamente
Victor Pereira

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Terapia de Integração Sensorial em crianças com autismo

A maioria de nós inconscientemente aprende a combinar os nossos sentidos (visão, som, cheiro, toque, gosto, equilíbrio, e o corpo no espaço), a fim de dar sentido ào nosso meio. Crianças com autismo têm dificuldade em aprender a fazer isso. Terapia de integração sensorial é uma especialização da terapia ocupacional (TO) que coloca a criança em uma sala especificamente destinada a estimular e desafiar todos os sentidos. Durante a sessão, o terapeuta trabalha em estreita colaboração com a criança para incentivar “movimento” dentro da sala.

A Terapia de integração sensorial é orientado por quatro princípios fundamentais:

1. a criança deve ser capaz de cumprir com êxito os desafios que são apresentados através de atividades lúdicas (Desafio na medida certa);

2. a criança deve adaptar seu comportamento com as estratégias novas e úteis, em resposta aos desafios apresentados (Resposta adaptativa);

3. a criança vai querer participar, porque as atividades são divertidas; e

4. as preferências da criança são usadas para iniciar experiências terapêuticas dentro da sessão (terapia direcionada pelo criança).

A Terapia de integração sensorial baseia-se no pressuposto de que a criança seja hiper estimulada ou hipo estimulada pela ambiente. Portanto, o objetivo de terapia de integração sensorial é melhorar a capacidade do cérebro para processar a informação sensorial de modo que a criança vai funcionar melhor nas suas atividades diárias.

Durante a terapia de integração sensorial, a criança interage (um a um) com o terapeuta ocupacional e executa uma atividade que combina entrada sensorial com movimento. Exemplos de tais atividades incluem:

· balançando em uma rede (movimento através do espaço);
· dançando uma música (som);
· tocando em caixas cheias de feijão (toque);
· rastejando túneis (toque e movimento através do espaço);
· bater bolas balançando (coordenação olho-mão);
· girando em uma cadeira (equilíbrio e visão); e
· equilibrando-se sobre uma viga (equilíbrio).

A criança é guiada através de todas estas atividades de uma forma que é estimulante e desafiador. O foco da terapia de integração sensorial é ajudar as crianças com autismo combinar os movimentos adequados a partir dos diferentes sentidos.
Qual é a teoria por trás disso?

Em nossa vida diária, as pessoas experimentam eventos que, simultaneamente, estimulam mais de um sentido. Usamos nossos sentidos múltiplos para tomar esta informação variada, e combiná-los para nos dar uma clara compreensão do mundo que nos rodeia. Nós aprendemos durante a infância como fazer isso. Assim, através das experiências da infância ganhamos a habilidade de usar todos os nossos sentidos juntos para planejar uma resposta a qualquer coisa que se nota na nosso ambiente. Crianças com autismo são menos capazes deste tipo de síntese e, portanto, podem ter dificuldade de responder adequadamente a diferentes estímulos.

Crianças com autismo também podem ter um tempo de escuta difícil quando eles estão preocupados com a procura de alguma coisa. Este é um exemplo das dificuldades em receber informações através de mais de um sentido simultaneamente. Médicos que tratam de crianças com autismo, acreditamque estas dificuldades são o resultado de diferenças entre os cérebros de crianças com autismo e outras crianças.

Os conceitos subjacentes da terapia de integração sensorial são baseados em pesquisas nas áreas de neurociência, psicologia, terapia ocupacional e educação. As pesquisas sugerem que as informações sensoriais recebida do ambiente são fundamentais; as interações entre a criança e o ambiente forma o cérebro, e influencia a aprendizagem. Além disso, as pesquisas sugerem que o cérebro pode mudar em resposta à entrada do ambiente, e as ricas experiências sensoriais podem estimular mudanças no cérebro.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Como lidar com os distúrbios mentais na infância (Revista- Epoca -Globo)

João*, de 8 anos, não sorria para os familiares, não gostava de contato social e era agressivo com os pais. Conheça a história da mãe que teve de aprender a amar seu filho


Os craques santistas Neymar, Paulo Henrique Ganso e Robinho são os três ídolos de João*, de 8 anos. Assim como muitos garotos da sua idade, ele adora futebol e toda semana se reúne com os coleguinhas de escola para jogar uma "pelada". "Sou meia-atacante", diz orgulhoso. Na vida de João, porém, o esporte é mais que uma paixão ou divertimento. É uma forma dele se socializar e superar as dificuldades de um grave transtorno de desenvolvimento que já trouxe muita preocupação para sua mãe, a engenheira química Cláudia*. 

O filho tão desejado por Cláudia nasceu em um parto complicado. Por causa disso, ele teve de ficar internado durante dez dias antes de ir para casa com a mãe. Conforme crescia, João demonstrava um comportamento pouco comum: não sorria para os familiares, não gostava de contato social, era agressivo com os pais sem motivo, não reagia afetivamente e não falava. Para a família, tudo aquilo parecia natural, coisa de criança. Até que, ao completar 1 ano e 8 meses, ele passou a frequentar um berçário. No ambiente escolar, ficou evidente que havia algo de errado: João batia nas outras crianças, não gostava das professoras e evoluía de modo incompatível com a sua idade. Os profissionais do berçário recomendaram então que Cláudia procurasse ajuda médica. 

Levado a um psicólogo, foi constatado que João apresentava traços de uma criança autista, apesar de não ter autismo. O diagnóstico: Transtorno Global do Desenvolvimento. Sob o nome, estão incluídos graves distúrbios emocionais e transtornos relacionados à saúde mental infantil. "Os problemas dessas crianças não vêm necessariamente de uma debilidade intelectual nem de uma debilidade física", afirma Maria Cristina Kupfer, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP) e estudiosa da psicose e autismo infantis há mais de vinte anos. "Seus problemas vêm de uma falha precoce no estabelecimento da relação com os outros." 

Isso quer dizer que, para crianças como João, a construção do psiquismo voltado para o convívio social não se fez convenientemente. Nosso psiquismo (ou nossa personalidade) é construído para ser um instrumento de relação com os outros, uma espécie de porta aberta para o mundo. "A falha nesse processo é resultado das dificuldades, acidentes, entraves ou impasses ocorridos durante o processo de estruturação subjetiva da criança", diz a psicanalista Enriqueta Nin Vanoli, da equipe multidisciplinar da Associação Serpiá (Serviços Psicológicos para a Infância e Adolescência), de Curitiba (PR). 

A análise do histórico de vida de João pode ajudar a entender como o problema se desenvolveu. Cláudia conta que o fato do menino não corresponder aos carinhos que recebia ainda bebê, evitar o seu olhar e não esboçar nenhum tipo de sentimento criou uma barreira entre ambos. Ela sonhara com um modelo ideal de criança a que João não correspondia. A frustração impedia uma proximidade, uma relação genuína de mãe e filho. "Era como se o João fosse uma criança qualquer. Apesar de estar ao seu lado fisicamente sempre, não conseguia me aproximar emocionalmente. Ele cresceu isolado de mim", afirma. Cláudia acredita que o problema no parto, de certa forma, criou uma ferida psicológica que marcou o garoto. "A verdade é que eu também tinha dificuldade de amar meu filho, talvez pelo meu histórico familiar. Cresci num ambiente em que as pessoas eram muito fechadas. Costumava me julgar uma pessoa carinhosa, mas dar carinho é diferente de dar amor." 

O relato de Cláudia revela dois elementos que os especialistas costumam notar em casos em que o Transtorno Global de Desenvolvimento é diagnosticado. Em primeiro lugar, há uma enorme dificuldade para os pais aceitar o não-olhar dos filhos, interpretado como falta de afeto por parte da criança. Em segundo lugar, o problema sempre envolve o menor e o adulto responsável por sua criação, ou seja, ele não pode ser concebido como um fenômeno que acontece com somente uma pessoa. “É preciso tomar cuidado, porém, para não culpar os pais, porque são coisas que não costumam passar pela consciência deles”, diz Jussara Falek Brauer, professora aposentada e coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas Psicanalíticas dos Distúrbios Graves na Infância do IP-USP. “A criança pode estar respondendo a algo de errado que está na mãe e que, às vezes, nem a própria mãe sabe que tem. Só por meio de análise é possível descobrir o que está acontecendo.” 

Um estudo epidemiológico feito em 2008 pelo pesquisador americano Myron Belfer mostrou que até 20% das crianças e adolescentes sofrem de algum transtorno mental grave. Se for considerado o espectro autístico, pode-se falar em uma criança em cada 150, de acordo com a agência Centers for Disease Control e Prevention (ou CDC), do departamento de saúde e serviços humanos dos Estados Unidos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta uma taxa de 12% a 29% de prevalência de transtornos mentais na infância. De forma geral, a incidência de distúrbios como o de João é maior em meninos do que em meninas. Diagnosticar problemas psiquiátricos em crianças, no entanto, costuma ser difícil. "A partir de seis meses de idade, uma criança já pode mostrar sinais de autismo, como o não-olhar para a mãe, mas isso isoladamente não quer dizer que ela vá se tornar autista", afirma Maria Cristina. "É muito perigoso pegar um rótulo e colocar num bebê, porque ele vai procurar responder àquilo que todo mundo está falando que ele tem", diz Jussara. 

Daí a necessidade de um diagnóstico feito por profissionais especializados. "Um bom acompanhamento médico é fundamental. Ele envolve um trabalho que deve considerar uma série de fatores, além da sutileza e singularidade de cada caso", diz Enriqueta. Foi o que aconteceu com João. Após a primeira consulta médica, ele já começou um tratamento que buscava reatar o diálogo perdido com os outros. Sua mãe também passou a se consultar com a mesma psicóloga responsável pelo acompanhamento do filho. "Nas sessões, eu aprendi como superar as minhas dificuldades de relacionamento com ele", afirma Cláudia. 

Trabalhar a mãe e a criança com o mesmo profissional, mas em sessões individuais, é um dos segredos para o sucesso do tratamento. "Esse trabalho conjunto vai na direção da reconstituição da história familiar. A partir dele, tenta-se desfazer o emaranhado que cria problemas para a criança", afirma Jussara. A experiência da professora da USP mostra que 90% dos 105 menores que atendeu ao longo de sua pesquisa clínica na universidade deixaram de apresentar os sintomas que os levaram ao médico pela análise e correção do que havia de errado entre mãe e filho. 

Seis anos após o início do tratamento, João leva hoje uma vida normal. Ele vai a uma escola comum – João está na segunda série do ensino fundamental de um colégio particular de São Paulo – , estuda inglês e, além de futebol, pratica natação e capoeira. Agora, convive bem socialmente, não se isola mais, gosta de conversar e qualquer dificuldade que tem recorre à ajuda da mãe. "Ele aprendeu a expressar muito bem o que sente. O distanciamento que existia antes acabou", diz Cláudia. Como João demorou para desenvolver seu lado social, o menino ainda apresenta algumas reações que não são adequadas, como querer exclusividade quando está brincando com um amiguinho. 

Para mudar comportamentos como esse, ele frequenta duas vezes por semana a 
Associação Lugar de Vida, dedicada ao tratamento e à escolarização de crianças psicóticas, autistas e com problemas de desenvolvimento. Localizado no Butantã, na zona oeste de São Paulo, o Lugar de Vida iniciou suas atividades em 1990 como um serviço do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade do IP-USP. Lá, João participa de Grupos de Educação Terapêutica (GETs) com outras crianças. Há dois focos de trabalho nos GETs: o primeiro compreende atividades como movimentação em brinquedos de grande porte, corridas, jogos de pátio com regras simples, encenação de pequenas peças, aprendizado de músicas e escuta de relatos de histórias – atividades, em geral, de cooperação grupal para o desenvolvimento do laço social; o segundo foco é na escrita e compreende atividades para o desenvolvimento do desenho, do grafismo e da superação das dificuldades de alfabetização. Para os pais, há uma reunião uma vez por semana em que eles podem conversar sobre os problemas dos filhos com a mediação de uma psicóloga. Nos encontros, compartilham suas dúvidas, obtêm esclarecimentos e trocam experiências."É bom participar desse tipo de reunião porque a gente percebe que não está sozinha nisso", afirma Cláudia. 

Contar com o auxílio de bons profissionais e abraçar o problema para superá-lo – sem buscar um culpado – foram os principais elementos para a melhora do filho, segundo Cláudia. “Se o pai e a mãe não estão ali para ajudar, nada adianta. No começo, eu e meu marido ficamos muito atormentados com o que estava acontecendo, e juntos conseguimos enfrentar a situação”. A mãe coruja diz que João já sabe o que quer ser quando ficar mais velho: jogador de futebol do Santos, seu time do coração. O menino que antes não sabia se relacionar se apaixonou por um esporte em equipe e ensinou sua mãe a amá-lo. 

Os nomes foram trocados para preservar a identidade do menor e da mãe





Portuguesa é a primeira doutorada em Educação Especial


Autistas também têm capacidade de jogar

2010-07-13

Alexandra Serodio
Após seis anos de investigação, Ana Saldanha conseguiu criar um instrumento único que permite avaliar a capacidade de jogo das crianças com autismo. A descoberta valeu-lhe nota máxima com distinção e torna-a na única portuguesa doutorada em Educação Especial.

Aos 30 anos, a maioria dos quais agarrados a livros, Ana ostenta um sorriso rasgado e não esconde o orgulho do trabalho realizado. Ontem, segunda-feira, na Universidade da Extremadura, pólo de Badajoz, defendeu durante cinco horas a tese “O Jogo  em Crianças com Transtorno  do Espectro Autista (TEA): Desenvolvimento  de um  Instrumento  de Avaliação”.
“Este é o fruto de alguns anos de investigação na área do Autismo” assegura Ana, revelando que a tese “surge pela carência de métodos/provas de Avaliação do Jogo Simbólico em Crianças Autistas”. A investigadora acredita e provou que “as crianças com autismo têm capacidade de jogo” apesar de “alguns autores discordarem”.
“Tanto para as crianças com incapacidade como os que não contam com ela, têm direito ao jogo e ao acesso aos brinquedos” explica Ana, admitindo que “os primeiros encontram sérias dificuldades para poder usar muitos dos jogos e brinquedos do mercado”.
Para a recém doutorada, o jogo “permite desenvolver a própria capacidade física e mental, sendo uma fonte de auto afirmação, satisfação e prazer”. O jogar “significa ser activo e preparar-se para a vida adulta”, afiança.
Depois do trabalho desenvolvido com 45 crianças espanholas, o novo instrumento de avaliação de Ana Saldanha permitiu demonstrar que “as crianças com TEA têm capacidade para poder desenvolver o jogo simbólico”, e ainda “comprovar que nesse jogo podem identificar-se dimensões que fazem referência a diferentes habilidades intelectuais específicas”.
A investigadora lembra que “o autismo é uma síndrome que ultimamente tem tido um maior enfoque de investigação”, devido ao facto de “actualmente, surgirem nas escolas e nos centros educativos uma quantidade considerável de crianças com esta perturbação”. Mesmo assim, realça “deparamo-nos no dia-a-dia com uma grande dúvida no diagnóstico diferencial, entre autismo e nomeadamente o atraso mental”.
Durante a investigação dividida entre Portugal e o país que escolheu para estudar, Espanha, Ana percebeu de imediato as grandes diferentes existentes. “Em Espanha trabalha-se em equipa. Os médicos, pediatras, psicólogos e outros especialistas trabalham em conjunto em prol da pessoa e isso não se vê em Portugal”, realça, assegurando que no caso do autismo “é importantíssimo este tipo de união entre todos”.
Defendendo que “a intervenção precoce é fundamental para o futuro das crianças com autismo”, Ana assegura que uma pessoa com autismo “pode ter qualidade de vida e até trabalhar”, basta para isso que “seja ajudada e estimulada”. Reforçando a necessidade de distinguir “autismo de doença mental”, a investigadora acredita que o instrumento de trabalho que desenvolveu permitirá dar mais felicidade aos autistas.

Noticia retirada do site: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1616596

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Brasileiro dirige peça sobre o autismo em Nova Iorque

Guilherme Parreiras está à frente de “Alien Child”, que trata da rotina de uma família que tem um filho autista.

Divulgação
O diretor de “Alien Child”, Guilherme Parreiras.

O diretor de “Alien Child”, Guilherme Parreiras.

Estréia na quinta-feira (22), no T. Schreiber Studio & Theatre em Nova Iorque a peça “Alien Child”, dirigida por Guilherme Parreiras. A história aborda a luta de uma família para lidar com o autismo, e mostra um garoto de 16 anos que tenta se afastar da irmã doente para viver a própria vida.

Escrita por Jim Shankman, a peça mostra um casal já cansado de cuidar de Charlie (Olivia Killingsworth), a garota autista que é irmã gêmea de Jonah (Ken Jansen). A contratação de um terapeuta devolve ao pai, Ben (Michael W. Murray), a esperança de cura, enquanto Sarah (Kelly Haran), a mãe, acredita mais na própria capacidade para cuidar da filha.

Em entrevista por telefone, Guilherme Parreiras falou sobre a peça e a abordagem do tema autismo. Convidado pela T. Schreiber, onde já estudou, o diretor disse que o trabalho antes da estréia é uma oficina, onde todos trabalham o roteiro e desenvolvem os personagens aos poucos. A intenção é fazer uma produção completa no futuro, segundo ele. O autor, de acordo com Guilherme, está presente de vez em quando.

Sobre o tema, o brasileiro disse que o autismo está despertando o interesse público. “Está se tornando uma espécie de epidemia nos Estados Unidos”, disse ele. Segundo estatísticas do Centro de Prevenção e Controle de Doenças, uma em cada 110 crianças americanas nasce com autismo. “Não existe cura, eles (os cientistas) ainda não sabem o que está causando isto”.

O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento, que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo e de estabelecer relacionamentos. Os cientistas acreditam que a doença seja causada por fatores genéticos e ambientais. Segundo uma pesquisa, se um dos gêmeos idênticos tiver autismo, o outro tem de 60% a 90% de chance de também ter a doença.

Conflitos
De acordo com Parreiras, a peça aborda as dificuldades do dia a dia da família, em relação ao autismo, bem como questões morais. “O que deve ser feito, o que é melhor para a Charlie. Existem opiniões diferentes. A família entra em conflito. Assim como os cientistas ainda não sabem as causas, as pessoas que vivem com isso às vezes também tem dificuldade de lidar com isso”.

O diretor explicou que a peça não tem a intenção de oferecer sugestões de como lidar com o autismo ou uma resposta, e sim mostrar como é a vida de uma família que convive com o autismo. Para dirigir “Alien Child”, Guilherme leu artigos e assistiu a vários documentários. Nos filmes, teve a oportunidade de ver os diferentes tipos de autismo. “Assisti cerca de 10 documentários”.

Através da dramatização do assunto, Parreiras e o elenco esperam abrir mais debates entre o público.

O elenco de “Alien Child” conta com ainda com Pat Patterson, no papel de Ms. Ravitch, e Meghan Wilson, que interpreta Sally. A exibição vai de 22 a 25 de julho, e de 30 de julho a 1° de agosto. Os ingressos custam $5 (admissão geral). Reservas através do e-mail Theatre@tschreiber.org. O T. Schreiber Studio & Theatre fica no 151 W 26th Street, telefone (212) 741-0209. 

Post retirado na integra do site: http://www.comunidadenews.com/banner.php?id=62

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Software identifica autismo a partir de fala de criança

Getty Images
Programa foi capaz de dar diagnóstico correto em 86% dos casos analisados

Célio Yano, de EXAME.com

São Paulo - Pesquisadores norte-americanos desenvolveram um software capaz de indicar a predisposição de uma criança ao autismo a partir do modo como ela fala. Com as gravações das palavras ditas durante o dia, o programa de computador avalia como a criança emite determinados fonemas e é capaz de dar um diagnóstico.

Liderados por Kimbrough Oller, os cientistas da Universidade de Memphis analisaram mais de 3 milhões de pronúncias de sílabas e coletaram quase 1,5 mil gravações de dias inteiros de 232 crianças entre 10 meses e 4 anos de idade.

O software foi criado com base na análise de padrões de fala de crianças autistas. O programa foi capaz de identificar a existência de autismo em 86% dos casos, além de indicar a idade de crianças com desenvolvimento normal. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy os Sciences nesta semana.
Post retirado na integra do site: http://portalexame.abril.com.br/tecnologia/ciencia/galerias/software-identifica-predisposicao-autismo-partir-fala-crianca-581309.html

domingo, 25 de julho de 2010

Absurdo! Mãe diz ter sido agredida por controlar filho autista.

Geise recebe orientações de instituições especializadas sobre como lidar com crianças autistas.
A proibição de castigos físicos em crianças e adolescentes ainda é um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional. Mas, além da polêmica que suscita, também já vem servindo de justificativa para atos de intolerância e para mascarar a falta de conhecimento. A vítima, a mãe de uma criança autista, foi agredida dentro de um ônibus, enquanto tentava conter o surto da criança de 11 anos.
O caso ocorreu na última terça-feira, dia 20, quando a dona de casa Geisa de Oliveira Sapucaia, 37, levava o filho, de 11 anos, para uma consulta odontológica. O problema dentário, que perdura há um ano,  tem deixado a criança irritada e menos acessível à imposição de limites.
Geisa, que mora em Simões Filho, estava num coletivo a caminho do Itaigara, quando o menino começou a tentar arrancar a lâmpada do ônibus. “Tive que contê-lo. Nós, mães de autistas, sabemos como fazer isso sem deixar marcas porque somos instruídas no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e na AMA (Associação de Amigos do Autismo da Bahia)”, diz Geisa. Uma passageira, contudo, desconhecia a situação e revoltou-se. “Você é uma mãe vagabunda. Vá procurar ajuda. Dê a criança para o Conselho Tutelar ”, teria dito a mulher, instigando os demais passageiros – duas pessoas que a acompanhavam e o cobrador.

Geisa admite que ficou nervosa e revidou com xingamentos. Foi então que, segundo seu relato, o cobrador e um passageiro a seguraram e a agressora, de nome Valdineia de Jesus Afonso, de acordo com registro policial, e sua prima, passaram a bater em Geisa. Ela conta que a sessão de chutes e tapas durou cerca de 15 minutos. O motorista teria se mantido impassível fazendo o trajeto do ônibus. “Quase fui linchada. Recebi chutes nas costas e cabeça, tamancada no rosto. Consegui forças para sair da situação. Foi quando me soltei e corri para o motorista”, conta Geisa, mostrando hematomas na cabeça e dizendo estar com dor na nuca, fruto das agressões físicas. 

O grupo parou  na Delegacia de Crimes Econômicos e contra a Administração Pública (Piatã), sendo conduzido por agentes da unidade para a 12ª Delegacia (Itapuã), onde foi registrada a ocorrência e o delegado Jorge Braz expediu a guia para exame médico-legal da mãe e da criança.

Reportagem retirada na integra: http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5134526

 Com Base na noticia acima, venho me perguntar como devemos proceder, será que as crianças autistas terão de andar com um rotulo/carteirinha ou algo que a identifiquem? Será que não deve haver maior exclareciemnto para a população sobre o que são pessoas autistas? aguardo nos comentarios a opnião de vocẽs.

 

terça-feira, 20 de julho de 2010

Autismo e Educação

Fonte da foto: http://www.psicologiaeciencia.com.br/wp-content/uploads/2008/03/autismo.jpg


A educação de pessoas autistas não têm recebido até então a atenção necessária, disso estamos cientes. Nem mesmo a educação especial tem dado conta desse alunado, cuja sensibilidade se mistura com ares de quem não compreende a vida, provoca inúmeros sentimentos e abala a segurança de profissionais cuja competência é evidente. Mas, se há profissionais capazes o que falta? Informação! Esta é a palavra chave. E é esta informação que precisamos fazer chegar a estes profissionais.
O novo, desconhecido, diferente, não abala e fragiliza somente nossos alunos autistas, mas ao homem de maneira geral.
Há quatro anos trabalho com crianças autistas e até hoje vivo a solidão de ser única na escola onde leciono. Tenho investido na divulgação do que é possível, nos vários trabalhos e das competências que podem ser desenvolvidas com nossas crianças, desta capacidade que está no interior de cada uma delas esperando para ser exposta, para desabrochar e dar os frutos que sabemos ser doce...
Na solidão de minha sala de recursos, sonho dia-a-dia com o investimento na educação de nosso pequeninos, no despertar de mais profissionais, de ter e dar opções e adequar o trabalho que hoje é oferecido de forma tímida e isolada. Mas sei, que sozinha, sem o investimento dos sistemas de ensino, pouco posso pode fazer.
Estamos a muito, em banho maria, é preciso aumentar a chama do profissional determinado, empreendedor. Mostrar que todo bom trabalho é como a terra, precisa ser preparada, adubada, para então germinar as sementes nela depositada.
Nosso trabalho, como essa semente para se tornar uma bela árvore necessita de carinho (investimento pessoal), água (capacitação/informação), e calor (união de esforços), coisas fundamentais para que se possa ter e desenvolver uma prática educacional adequada e eficaz. Que supra a necessidade de nossas crianças e dê maior satisfação profissional, e esta vem do progresso de nosso alunos, que na sutileza do seu modo de ser, clama por seus direitos, tão bem declarados nos inúmeros documentos e leis mas, tão esquecidos na prática.


Vania Viana – Professora de Educação Especial



Postagem retirada na integra do site: http://www.autistas.org/autismo_educacao.htm

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Uma Nova Visão sobre o Autismo



Uma Nova Visão sobre o Autismo:Uma Carta do Dr. Stanley Greenspan


Hoje parece que quase todo mundo conhece um amigo ou um parente que tem uma criança com algum transtorno do desenvolvimento. Não é surpresa, uma vez que as estatísticas atuais colocam uma criança a cada 116 no espectro autista. Essa estatística alarmante alavancou o lançamento recente de uma campanha de dez anos do governo federal para entender e tratar as crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Mas se queremos mesmo mudar a perspectiva dessas crianças, precisamos começar a mudar as nossas concepções.O que se sabia antes em relação ao potencial de crianças com esses transtornos era profundamente pessimista. A abordagem comportamental amplamente utilizada para o tratamento ensina habilidades de rotina com o principal objetivo de mudar comportamentos, e a percepção é de que as dificuldades dessas crianças nas áreas da leitura de estímulos emocionais, da empatia e do pensamento criativo representam limitações permanentes que não podem ser tratadas.Mas elas podem. As crianças originalmente diagnosticadas com ASD podem aprender a se relacionar, amar outros profundamente e muitas podem aprender a se comunicar e pensar criativa e logicamente. Em contraste ao modelo mais antigo, a nova abordagem reconhece que cada criança possui um caminho único para o distúrbio, e, portanto, cada caminho da criança para a melhoria pode também ser único. Além de superar os sintomas, o objetivo do tratamento do novo modelo é ajudar a criança a dominar os marcos emocionais saudáveis que foram perdidos na sua fase de desenvolvimento inicial, e que nós agora sabemos que são críticos para o aprendizado. Construir essas bases ajuda as crianças a superar os seus sintomas de maneira mais eficiente, em vez de simplesmente tentar alterar os sintomas em si.

Tome o caso de "David". Aos 2 anos e meio, David não conseguia utilizar-se da linguagem de maneira significativa e fazia muito pouco contato visual com os outros. Ele iniciava um comportamento repetitivo, colocando carros em filas muitas e muitas vezes. O programa de tratamento de David com base no modelo antigo de tratar os sintomas o ajudou a memorizar mais palavras, mas ele não se tornava mais espontâneo ou interagia com os outros.
Era claro que David estava perdendo peças cruciais do seu desenvolvimento primário. O nosso objetivo era ajudá-lo a aprender a apreciar uma intimidade verdadeira com a sua família, responder a estímulos sociais e emocionais, e a usar uma linguagem compreensível. Para isso, nós tivemos de descobrir que ele era supersensível ao som - a voz humana normal era quase assustadora para ele - e ele ficava confuso com o que escutava e via, tornando difícil para ele apreciar a intimidade, se comunicar ou pensar. David também tinha dificuldade para descobrir como executar ações que exigissem mais de um passo, tal como correr atrás da bola e trazê-la de volta. Isso dificultava a sua interatividade social.
Ao trabalharmos com a família num programa compreensivo para lidar com as peças faltantes no desenvolvimento de David, nós fomos gradualmente capazes de criar experiências onde ele poderia sentir prazer numa relação mais próxima e calorosa com a sua família, e iniciar uma comunicação natural de troca com gestos e palavras.
No jardim de infância, David era capaz de se relacionar com outros com um afeto real. Ele tinha vários amigos e um senso de humor travesso. Ele estava numa sala de aula convencional e até apresentou habilidades precoces de leitura e de matemática. David agora com quinze anos é caloroso, criativo e popular com os colegas - como qualquer adolescente típico. Enquanto nem todas as crianças com dificuldades de desenvolvimento substanciais terão esse tipo de progresso, a maioria das crianças utilizando a abordagem moderna do desenvolvimento está dando passos largos e significativos nas áreas sociais e emocionais, bem como no crescimento intelectual.
O modelo moderno tem o potencial para revolucionar a identificação e a intervenção desde o início. Numa ampla pesquisa de saúde conduzida pelo Centro Nacional para as Estatísticas da Saúde, a adição de marcos emocionais descritas nesse novo modelo resultou na identificação de 30% mais crianças com risco de problemas de desenvolvimento. E numa análise de 200 casos utilizando esse novo modelo, observou-se um subgrupo de crianças com desenvolvimento de habilidades que anteriormente acreditava-se que crianças diagnosticadas com ASD não conseguiriam: intimidade com adultos e colegas, empatia, criatividade e pensamento lógico. Como David, essas crianças participam de programas de educação regulares e fizeram progressos acadêmicos excelentes.

Infelizmente, os novos conceitos ainda não são amplamente utilizados. Em nossa avaliação, mais de 90% das clínicas e centros médicos gastam menos de dez minutos observando as crianças interagindo espontaneamente com os seus cuidadores quando conduzem avaliações de desenvolvimento. Isso resultou em numerosos erros de diagnósticos, subestimação das habilidades das crianças, e recomendações de tratamento com ênfase insuficiente dos pontos fortes nos relacionamentos e família.

As famílias e os clínicos precisam ter acesso a essa abordagem moderna para a identificação e o tratamento que está trazendo melhores resultados para as crianças. Com esse novo modelo, nós podemos fazer um trabalho melhor ao identificar ainda mais cedo as crianças em risco, em vez de esperar pelo aparecimento dos sintomas. Nós podemos ajudar as crianças a se tornarem mais calorosas, relacionadas e engajadas. E podemos definir o potencial de cada criança não pelas limitações assumidas, mas pelo seu próprio crescimento.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Autismo e Histórias Sociais





As histórias sociaisl são usadas para ensinar habilidades sociais às crianças com autismo. A história social é uma simples descrição de uma situação cotidiana social, escrito a partir da perspectiva de uma criança. As histórias sociais podem ser usadas em diferentes situações. Por exemplo: a histórias sociais pode ajudar uma criança a se preparar para as próximas mudanças na rotina; ou aprender as interações sociais adequadas para situações que se deparam. O idéia é que a criança ensaie a história antes do tempo, com um adulto. Então, quando a situação realmente acontece, a criança pode usar a história para ajudar a orientar o seu comportamento.
Cada história social usa diversos tipos de frases:


· frases descritivas (De) que mostra: o que, onde e por que. Detalhes sobre a situação para que a criança seja capaz de reconhecer quando a situação realmente ocorre.


· frases Diretiva (Di) diz a criança as respostas sociais adequadas nessa situação.


· frases Perspectivas (P) descrevem às crianças, possíveis sentimentos ou respostas.


· frases afirmativas (A) se refere a uma regra ou opinião partilhada.


· frases Cooperativa (Co) descrevem como as outras pessoas irão ajudar em uma situação dada.


· frases de Controle (Cn) são criados pela criança, para ajudar a lembrar as estratégias de acomodação.


Por exemplo, um história social utilizando todos os seis tipos de frase é:


Quando vamos à loja de calçados, Haverá muitos sapatos para escolher. (De)
Eu não poderia saber quais são os sapatos que eu gosto. (P)


Que está tudo bem com todos. (A)


Eu posso “brincar” com minha corda, enquanto eu decido. (CN)


Quando eu decidir sobre os sapatos, vou dizer o adulto. (Di)


O adulto vai conseguir sapatos para mim. (Co)

As histórias sócias, geralmente são escritas por professores, terapeutas ou pais. E são escritas de forma individual, para cada criança.

As histórias sociais são escritas em primeira pessoa, no tempo presente, e do ponto de vista da criança. Os pais, professores e terapeutas devem escrever a história de acordo com vocabulário e compreensão do nível da criança. A história é escrita e colocada em formato de livreto. Assim que estiver pronto, um adulto deverá ler a história com o filho pelo menos duas vezes, mesmo se a criança é capaz de ler. O adulto então verifica se a criança compreende os elementos importantes, utilizando uma lista ou role-playing a situação ("Vamos fingir que estamos na loja de sapatos. O que acontece depois?") Depois disso, a criança revê a história de cada dia . Para as crianças que não podem ler, o áudio ou livros de imagens da história pode ser feito para que a criança se a cada dia. Por fim, o eficácia de cada história será quando o comportamento foi aprendido.


As histórias sócias podem ser esclarecedoras e agradáveis. Uma criança respondeu: "Agora eu sei o que fazer!" , após a primeira leitura de um história social sobre o comportamento na hora do almoço. Mais tarde, depois de usar a história por cerca de seis semanas, a criança comentou: "Eu nem sequer preciso ler a história. Agora eu me lembro dele.”

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Estudos sobre autismo em análise do comportamento: aspectos metodológicos



RESUMO
A pesquisa na Análise do Comportamento tem contribuído para a identificação e compreensão das variáveis que afetam o repertório de indivíduos autistas. Este trabalho visou identificar aspectos metodológicos na produção desta área com essa população. A análise dos trabalhos identificou duas linhas distintas, porém complementares, de pesquisa. Uma delas parece buscar a identificação das variáveis que atuam no estabelecimento de controle de estímulos. A outra procura o estabelecimento e manutenção de operantes verbais. Os aspectos metodológicos analisados foram a natureza dos estímulos utilizados, os critérios de escolha dos mesmos, tipos de resposta requerida e tipos de conseqüências disponibilizadas. São discutidos os benefícios de atentar para as demandas metodológicas da pesquisa analítico-comportamental. Discute-se, ainda, o papel dos analistas do comportamento diante da relativa carência de trabalhos sobre o assunto e da necessidade de desenvolvimento de programas de prevenção e de educação de pais e familiares de pessoas portadoras de autismo.


Pesquisa no link abaixo (Resumo retirado da pesquisa).

Obs: Não é do interesse a publicação de artigos científico, já que os mesmos apresenta constantes termos técnicos, mas como os leitores estão encaminhando, vamos publicar e em caso de esclarecimento sobre termos técnicos coloquem em comentários que iremos esclarecer ou encaminhem um email para: aautistafs@gmail.com, que estarei esclarecendo nos comentários para facilitar visualização de todos.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Autismo – Terapia (fonte no final do texto)


  Para lidar com indivíduos autistas, utilizamos o Método ABA (Applied Behavior Analysis – Análise do Comportamento Aplicada). O método tem alta taxa de sucessos e, por conta disso, o governo americano escolheu esse método como o tratamento psicológico por excelência para indivíduos autistas. Um movimento semelhante está acontecendo em São Paulo, no sentido de pedir que o governo passe a dar auxílio financeiro a pais que desejem tratar os filhos com o ABA.

  O trabalho com crianças autistas tem por objetivo integrar a criança à comunidade da qual ela faz parte. Para isso, a intervenção é planejada e executada cuidadosamente, abrangendo as atividades das crianças em todos os ambientes freqüentados por ela: escola, casa, lazer, etc. Também acompanha-se o trabalho do psiquiatra (quando existente), pois a comunicação entre diferentes profissionais permitem um maior conhecimento das habilidades da criança.
  Antes da execução da intervenção, realiza-se uma avaliação do repertório da criança, identificando seus pontos fortes e fracos. Com base na avaliação, planos educacionais são criados, direcionados a dificuldades de aprendizagem, dificuldades emocionais, e dificuldades sociais e de comunicação. Os planos educacionais são particulares para cada criança, garantindo adequação às suas necessidades e às suas preferências. Isso permite um aprendizado estruturado, rápido e contínuo. São feitos de modo que os objetivos a serem alcançados sejam claros e observáveis, permitindo que os pais acompanhem de perto o sucesso da intervenção. A análise do comportamento tem demonstrado ser possível ensinar qualquer tipo de habilidade para a criança, inclusive o reconhecimento de emoções e o comportamento emocional propriamente dito.
  Dois tipos de comportamento recebem atenção especial: habilidades sociais e de comunicação e habilidades A interação social é trabalhada por meio de atividades de brincadeiras e reconhecimento de expressões e sentimentos. Durante toda a terapia, e no acompanhamento escolar, atenção social intensa é dada à criança, de modo a tornar a interação com o outro interessante.
  As habilidades de comunicação, por sua vez, são ensinadas passo a passo, iniciando pelo aprendizado de pedidos e repetição de palavras. Depois, avança-se para nomeações e formação de frases simples. Em seguida, começa-se o treino de conversação. Finalmente, programa-se o ambiente para a ocorrência de diálogos espontâneos com a criança. Além da interação social e da comunicação, trabalha-se desenvolvimento acadêmico e redução de comportamentos disruptivos e estereotipias.
  Paralelamente ao trabalho terapêutico, os pais e profissionais que lidam com as crianças recebem treinamento em análise do comportamento, tornando-se hábeis na produção e manutenção de comportamentos adequados e nas técnicas para redução de freqüência dos comportamentos inadequados, além de se tornarem aptos a avaliar o desenvolvimento da criança passo a passo. Caso a criança freqüente a escola, acompanha-se seu comportamento no ambiente acadêmico, favorecendo uma mudança mais rápida.

Reportagem e foto retirada do site: http://www.psicologiaeciencia.com.br/autismo-terapia/

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Iniciando contato com uma criança autista

 Ola a todos, quero me desculpar, por andar distante sem ppostar nada, é que como estou em viagem, estou tendo uma certa dificuldade em me conectar, mas agora volto a ativa com um post intereçante de vivencia particular com crianças autistas.

 Toda criança adora interagir, e a criança autista não é diferente, a questão está em como iniciar um vinculo, ou melhor, como ser aceito por ela para se relacionar.
 Durante meu trabalho na AAFS (Associação Autista de Feira de Santana), sempre usei a estrategia de ser percebido pelas mesmas; mas como fazer esse contato se uma criança autista aparenta não nos escutar? Não nos olhar nos olhos? E tem possivelmente um deficit (dificuldade) na verbalização?
 A dica que dou, é prestar atençãoem como ela se comporta (já que a maior parte de nossa comunicação é não verbal), e a uma certa distancia, imita-la, em pouco tempo, ela vai lhe notar, e lhe testar, não se assuste com a palavra teste, ela apenas vai mudar os movimentos realizados e a postura que estas a imitar - aqui é o ponto crucial - deves estar bem atento e aberto a toda forma de comunicação e gesticulação (nada é por acaso), e continue imitando-o na mudança de gestos.
 Após isso, possivelmente ela vai se aproximar de você, e talvez procure contato fisico; ATENÇÃO: deixe o contato por conta dele, só retribua o que ele fizer, inicialmente será muito breve esse contato, asm não se preocupe, a criança vai lhe procurar para amnter esse vinculo.
Pronto, contato feito. Espero que gostem e comentem as experiencias de voces.

Victor Pereira